segunda-feira, 30 de abril de 2012

Estrela do Oriente, Eu? Não!

        Quando olho para o céu, no breu noturno do campo frio, eu contemplo pontos pratas a tilintar meu olhar. Tão altos e tão certos de si...Quando vejo o escuro “despercebo” o que há ao meu redor e só contemplo as estrelas. Mas eu esqueço o que não posso e acendo as minhas luzes; as estrelas se apagam. De pé ou deitada, no alto ou no vale, a distância parece ser a mesma, o brilho parece ser o mesmo até eu acender a minha luz.
       Quando eu acendo as minhas luzes as estrelas se apagam. Quando eu acendo minhas luzes eu esqueço que não adianta tentar fingir ser o que não sou. Não sou estrela. Quando perco o foco da luz prateada me amedronto com a gama de luz artificial que tenta cegar.
       O meu espírito tenta se refugiar nas alturas, nesta luz, que bem de longe, parece não me queimar, parece não me querer mal, parece me aceitar.
       Se quando eu olhar para a estrela do Oriente eu não teimar em tentar ser como ela, nem me perder com as luzes do meu próprio ser e ao meu redor, talvez eu encontre paz junto à sua luz.
Estrela do Oriente, Eu? Não!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Meu Vôo

Voando por entre as árvores, nas loucas tardes alaranjadas, fluindo dum desmundo que não existe pra você, comum!
Retorcendo e esquivando-me de cada galho, pedra alta, lagos fundos, grandes fungos, retirando um novo ser do putrefado ser que voa.

Gesticulando e movimentando o máximo que posso, porque só assim vou renascendo e me desprendendo da incerteza, da timidez, do desamparo, da inconstância...
À voar, voar, revoar, renovar, mergulhar, rodopiar, no ar. À subir ao alto, mais alto, sem fardo, compasso, afago...deixando este Oxigênio faltar, danar este organismo, que implora pra não cair, dalí, de mim, daqui, de dentro.
Mas salivar não adianta, não vale, não compra um só segundo à mais.
A energia potencial do universo não consegue, as mãos pobres não merecem, as grades mentais já não procedem, da mesma forma.
Já não sou quem não voava, podia ser quem não ousava...sou agora coisa rara, coisa cara, pra nenhum cara, profano ou tedioso, malandro ou tenebroso segurar meu simples ser, que percorre, e avança à um futuro jamais visto, comtemplado, esquisito, pra você, comum!
Ao chegar no fim das nunvens sem mais retornar, provar o pouco ar, a garganta se fechar, um dos olhos lacrimejar, sentir as células ressecarem, os "ouvidos se calarem"...eu EXPLODO!
Não sou mais necessária pra viver pra mim. Não sou mais necessária pra viver pra ti, Maldito! Não sou mais pra gritar, ranger, chorar, sumir, esconder, temer, querer, só mais um pouco de você, comum...

Tenho um viver com novo olhar, tenho outro ouvir a tilintar, sumindo na mente liberta, que não serve ao corpo vil, que corrompe sua deserceteza pra que eu possa ser não mais eu, que eu possa ser não mais você... que eu possa ser O MEU AR!