terça-feira, 24 de maio de 2011

O Relógio e o amor-ação

Ao imoral amor que nos pregam- aquele que é sentimento e não ação.

Já desconfiava a tempos e tempos que sofremos muito em relacionamentos amorosos, mas descobri que a culpa não é do amor-ação (o verdadeiro), mas do amor-sentimento (que fomos escolarizados a crer que é bom).




Aprendemos que aquilo que nos sufoca, aperta o peito, tira o fôlego, a sanidade, nos deixa sem chão, abobalhados é amor. Acho que isso tudo é resultado de uma brutal tortura nazista, isso sim.
Não quero falar sobre meus absurdos devaneios a respeito do que é amor. Só que descobri que sofremos por estar amando da forma errada. Um amor que é provado, mensurado, categorizado.

O Marco Nanini protagoniza um filme juntamente com a Patrícia Pilar que se chama “Amor & Cia” (de Helvécio Ratton-1998). Já no desfecho, ele diz à ela uma frase que me marcou muito, pois acho que então ele contemplou o amor dela. Ele está pedindo para ela voltar para casa e usa como desculpa o fato de ela ajustar o relógio sempre, e diz: “...só você sabe fazer o relógio andar...” e vemos uma bela relação entre o relógio e a vida quando diz: “...minha vida parou.” Ele sentia-se carente do amor-ação dela. Teria sentido falta?...Podia agir agora?


Pequenas ações. Assim como o Nanini, o namorado da minha amiga, eu...não dá para viver sem alguém que ajuste nossos ponteiros (aja).
Não quero ter de me arrepender por não ter valorizado atos simples ou atos burros quando eu acordar e não ver mais o relojoeiro ao meu lado. Quero agir sempre, para que ele nunca me deixe sem ajuste.
Quero uma ação! pois “...só você sabe fazer o relógio andar..” mas “...minha vida parou.”

quinta-feira, 19 de maio de 2011

As Interrogações "musicológicas" para o João

Saí terça-feira da aula de violão inquieta. Estive pensando porque uma pessoa faz música para viver. O que oferece, o que traz, à que leva?
Então perguntei para o João (meu prof de violão) o que levava alguém a querer ser músico. Ele respondeu: "...porque a pessoa gosta."
Minha mente, nada satisfeita com a resposta que seria a única para 20 minutos de discussão, tinha lápsos de pensamentos superacelerados que questionavam sobre utilidade, profissão, funcionalismo, sociedade.
E o pecado maior para quem vai fazer 11 longos anos de Escola de Música foi: "...o que o músico faz?"
Como assim??? É ser muito retórico não? Músico faz a sublimidade acontecer, manipula pensamentos, incita opiniões, transmite seu eu, encanta, tranquiliza...usando a música.(...) Acho que foi  isso que entendi..rss.
Mas o que mais me chamou a atenção foi o João falando disso. Lembro-me do meu dentista dizendo que o meu tratamento foi um dos mais bonitos que ele já fez...mas são só dentes; para nós. Para ele é a real beleza. Ou um cirurgião achando lindo os pontos e cicatrizes que ficam na pele. Então, pense num músico falando de música. Era o João.  Ele parece uma mistura de socialista idealista com emancipador de gente, cara que não joga papel na rua, respeita faixa de pedestre e ainda é um esportista saudável, moço que muda gente sem querer.Depois daquele papo me deu vontade de largar a pedagogia e ir filosofar musicalmente.
Conclusão? Ele me fez pensar que ser músico é uma profissão como qualquer outra. Que esta, sozinha na sociedade, não funcionaria, como qualquer outra profissão que sucumbiria com a existência única, de si mesma.
E ao final ele disse: "...eu sou músico porque eu gosto." Que deleite é saber que ainda se pode fazer o que se gosta para sobreviver.
E quarta-feira o Flávio ainda acrescentou um fato bem relevante, música é distração, entreterimento...não dá pra viver ser essa graça.
Acho que vou fazer música, eu gosto..rss.