quinta-feira, 19 de julho de 2012

sou folha!

“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” Jo.3:8


Não importa como o dia começou, ou como pode acabar.
Não importa se acordei feliz ou triste, se à tarde sorri ou odiei, se à noite descansei ou me pertubei!
Não importa que desgraça me acometeu ou que graça me elevou a aurea... não importa se não trabalhei nem fiz a atividade fíisca do dia; se só comi besteiras ou chorei por não ter um amigo pra conversar...


Não importa porque muitas das coisas que ocorrem comigo só podem ser determinadas como boas ou más à partir da minha visão, de como me deixo levar...

Eu poderia ser uma folha do cerrado; áspera, grossa, grande, resistente ao frio e ao calor, pesada... poderia ser uma folha de mangueira, lisa, longa, frágil à mão do homem, queimável no chão pelo Sol; poderia ser uma agulha de pinheiro, folha de nogueira, de oliveira, de abacateiro, de bananeira, de ipê, aroreira, eucalipto, ingá, pau-brasil, mamoeiro...


Poderia ser arredondada, alongada, lisa, lanceolada...podia ser aérea, aquática ou subterrânea; poderia ser bicolor, concolor, listrada...Não importa essa minha anatomia!
O que importa é o que eu vou deixar acontecer comigo agora! Pra quê serve?!

Não importa se o dia começou e eu estava no alto da árvore, não importa se o dia acabou e eu estava secando no chão... importa é que nesta bela analogia eu posso sim, escolher pra onde vou... eu preciso ser levada pra um lugar onde eu seja quem eu preciso ser...se for no alto da árvore ou no ninho de algum passarinho, se só vou voar no vento e viajar por onde der, se vou cair no rio e parar na barriga dum peixe.... eu tenho que estar preparada pra ser a folha que eu fui criada pra ser...

terça-feira, 26 de junho de 2012

A verdade do que sou...

     É de incomodar, de mesclar beleza e ardência,  perfume com essência de dor; ardor sem segundas inteções, previsões nos sentidos. É para se aguentar, não chorar por não ser flor; cuidou, quem me criou, pra ser, querer o que do feito se brotou.
     Você que me fez sabe o porquê, pra que me insuportar, embelezar, me fixar... no comum que Você gosta, corta, poda... eu? Só sirvo se você me lembrar.
      Esquecer e induzir à engano com um plano de finjir o que não é!? Tem gente que não vai gostar, mas Você sabe pra que... Se você é quem mais me suporta, porque não malaguetar, mergulhar, na semente aprofundar? Se o Sol anoiteceu, não me deu chance de madurar, verdear... me deixa no orvalho, do teu lado, sendo teu melhor sabor, aceitando quem eu sou...

Sem chorar nem retorcer e ser... pimenta!

TOQUE

        O Senhor não se cansa de me tocar. Quando me criou pôs suas mãos em cada parte do meu corpo barrento, não se importou em sujar suas mãos, mas enfim, me moldou, esculpiu, me formou.

        O Senhor não se cansa de me tocar. Por amar esta ingrata criação se pôs num corpo como o meu e cresceu junto a mim. Me abraçou, me chamou, me olhou. Por mim chorou, segurou-me quando fui me afogar, me chamou “amigo”. Sentiu como é ter um corpo e me permitiu tocá-lo no aperto das multidões, na ida ao Gólgota, em teu corpo ensangüentado.
         O Senhor não se cansa de me tocar. Mesmo ascendendo ao céu não deixou de me olhar com mansidão, amor. Me deu teu espírito. Me toca por dentro. Não se importou em deixá-lo vir a esta morada, muitas vezes imunda e bagunçada. O Senhor vem tocar, arrumar, me ajudar a limpar o esgoto da minha vida e nem se importa se suas mãos vão ficar fedidas.      
       O Senhor não se cansa de me tocar. Muitas vezes morta, mas o Senhor  ainda sopra teu fôlego de vida.Talvez seja porque em teu toque haja tanto amor, verdade, mansidão, paz, alegria que sem teu molde eu não viveria, sem teu toque eu não seria, sem a presença eu morreria.
         Eu só preciso do teu toque, e quantas vezes eu quero, de outros, um toque que me supra, quando na verdade só o teu toque me...

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Não vou ligar pra o SAMU! preciso te carecer!

     E toda vez que eu acho que ta tudo bem, que não tem nada pra mudar, que tudo já se resolveu, Você me mostra que te carecer, te precisar, vai além de acordar e te dar bom dia, vai além de ter Tua companhia...vai além de dizer Sim!

     E toda vez que confessar eu não puder, abandonar não der tão certo, renunciar seja difícil, eu posso olhar e ver que te precisar vai além do que eu possa imaginar (nestas viagens malucas).
Carecer-te, precisar-te? É não tentar de novo. É não mover estes meus pés, é não querer com o meu ser. É não refazer a mesma questão duzentas vezes só porque eu acho que sei mesmo o resultado.
     É não cuidar mais do defunto, não tentar fazer ressucitação nele, não dar choque, nem colocá-lo no balão de oxigênio. É não ligar pra o SAMU toda vez que algo der errado dentro de mim...Não ficar tentando fazer fisioterapia num corpo putrefado e nem dá-lhe de comer.
     É não envenenar ou atirar em alguém que já morreu.
     É não lutar pra tentar colar com superbond, cola fórmica, ou cola branca, o que se quebrou; tampouco usar fita adesiva pra fortalecer os cacos disformes.
     É só aceitar que te carecer e te precisar é não dar chances para o SAMU chegar e me "trazer vida"...é tê-lo, aqui, vivendo sem dar chances pra eu seja EU!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Estrela do Oriente, Eu? Não!

        Quando olho para o céu, no breu noturno do campo frio, eu contemplo pontos pratas a tilintar meu olhar. Tão altos e tão certos de si...Quando vejo o escuro “despercebo” o que há ao meu redor e só contemplo as estrelas. Mas eu esqueço o que não posso e acendo as minhas luzes; as estrelas se apagam. De pé ou deitada, no alto ou no vale, a distância parece ser a mesma, o brilho parece ser o mesmo até eu acender a minha luz.
       Quando eu acendo as minhas luzes as estrelas se apagam. Quando eu acendo minhas luzes eu esqueço que não adianta tentar fingir ser o que não sou. Não sou estrela. Quando perco o foco da luz prateada me amedronto com a gama de luz artificial que tenta cegar.
       O meu espírito tenta se refugiar nas alturas, nesta luz, que bem de longe, parece não me queimar, parece não me querer mal, parece me aceitar.
       Se quando eu olhar para a estrela do Oriente eu não teimar em tentar ser como ela, nem me perder com as luzes do meu próprio ser e ao meu redor, talvez eu encontre paz junto à sua luz.
Estrela do Oriente, Eu? Não!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Meu Vôo

Voando por entre as árvores, nas loucas tardes alaranjadas, fluindo dum desmundo que não existe pra você, comum!
Retorcendo e esquivando-me de cada galho, pedra alta, lagos fundos, grandes fungos, retirando um novo ser do putrefado ser que voa.

Gesticulando e movimentando o máximo que posso, porque só assim vou renascendo e me desprendendo da incerteza, da timidez, do desamparo, da inconstância...
À voar, voar, revoar, renovar, mergulhar, rodopiar, no ar. À subir ao alto, mais alto, sem fardo, compasso, afago...deixando este Oxigênio faltar, danar este organismo, que implora pra não cair, dalí, de mim, daqui, de dentro.
Mas salivar não adianta, não vale, não compra um só segundo à mais.
A energia potencial do universo não consegue, as mãos pobres não merecem, as grades mentais já não procedem, da mesma forma.
Já não sou quem não voava, podia ser quem não ousava...sou agora coisa rara, coisa cara, pra nenhum cara, profano ou tedioso, malandro ou tenebroso segurar meu simples ser, que percorre, e avança à um futuro jamais visto, comtemplado, esquisito, pra você, comum!
Ao chegar no fim das nunvens sem mais retornar, provar o pouco ar, a garganta se fechar, um dos olhos lacrimejar, sentir as células ressecarem, os "ouvidos se calarem"...eu EXPLODO!
Não sou mais necessária pra viver pra mim. Não sou mais necessária pra viver pra ti, Maldito! Não sou mais pra gritar, ranger, chorar, sumir, esconder, temer, querer, só mais um pouco de você, comum...

Tenho um viver com novo olhar, tenho outro ouvir a tilintar, sumindo na mente liberta, que não serve ao corpo vil, que corrompe sua deserceteza pra que eu possa ser não mais eu, que eu possa ser não mais você... que eu possa ser O MEU AR! 

domingo, 11 de março de 2012

Lego


       O chão caiu pra cima. Senti-me desmontar.
       Quem já foi criança e teve a oportunidade de brincar de lego? É um brinquedo pedagógico, blocos de montagem, significam “eu armo ou monto”. Eu adorava formar mil e um objetos. Inventava o que dava. Mas hoje, há uns 45 minutos mais ou menos, eu percebi que “eu montei” o que eu bem entendi! Raiely (Rai=confiança, Eli= altíssimo) E não vai me servir de nada. Se eu contava com as pecinhas de confiança, sabedoria, conhecimento... elas ficaram inúteis.
        Com o passar do tempo eu fui me criando à imagem de mim mesma que tinha na mente. Criei minha própria utilidade, criei meu próprio propósito. Agora eu percebi que não é o que eu quero ser, ou a imagem que tenho de mim... isso não importa!
       As características que deveriam ter sido expostas não foram e a forma que obtive... agora foi desmontada. Peça por peça à começar da base... Tá tudo se desfazendo.
        To flutuando sem rumo, só desejando que minha natureza reapareça. Só que desta vez eu não quero ver o robozinho, ou a casinha, ou o carrinho que formei de lego... quero ver o que Jesus vai fazer de mim. Sendo somente o que eu puder esperar: Sara Julia= Princesa Cheia de energia.




segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

passô

Soube que o tempo passou cretinamente quando me vi nas fotos. O físico magro e o metabolismo acelerado ganharam gordura localizada e cansaço excecivo. Os cabelos amorenaram-se e encurtaram-se a cada bimestre.
As experiências traumáticas me trazem saudades duma alegria circunstancial ímpar. A hora de crescer veio retardatariamente e me deparo com uma vida que não tenho vivido por viver o que passou.
Passou, ou, ou, ou...não é mais hora de misturar nada ao presente. Os amigos passaram, a alegria passou, a tristeza passou e, os próximos 10 minutos se achegam para bater fotos, se amedrontar, comer, ler e deixar passar.
O que vai passar passou e não dá mais pra viver.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Me acionei por você!

Tive uma ação! Esta noite estou vivenciando um verbo regular, transitivo, direcionado!! à você! Me acionei à, por, em você...


Eu não quero acreditar que isso aconteceu comigo, agora! Eu olhei seu sorriso fechando seus olhos, flutuei no que ouvia de ti (mesmo sem nem saber o que era) e quando você arrancou o carro eu temi: “véi! Não posso estar a-pa-ixo-na-da!”

Eu queria que ao acordar isso fosse mesmo pretérito perfeito!
Assisti a um filme esta tarde, “Flipped” ou “O Primeiro amor”. Pré adolescentes que se apaixonam e vivem as sensações deste momento. Frio na barriga, raiva, alegria, suspiros, medo... senti-me com 12 anos. Você riu e eu suspirei! Ah não! Por que eu suspirei? Será que vou viver isso no gerúndio ou é melhor viver no particípio passado?

Quão tenso isso aprece ser. Logo eu que estava desacreditando nos primeiros passos, logo eu que sei que isso pode não dar certo...!?

Parece que todo tipo de forma que eu procurar pra explicar este sentimento ou ação, sei lá, vai ser pouco...

Só compreendi que me despedi tendo a certeza de que você havia roubado meus suspiros e meu coração. Será mesmo pretérito pra sempre? Me acionei mesmo?