sexta-feira, 20 de abril de 2012

Meu Vôo

Voando por entre as árvores, nas loucas tardes alaranjadas, fluindo dum desmundo que não existe pra você, comum!
Retorcendo e esquivando-me de cada galho, pedra alta, lagos fundos, grandes fungos, retirando um novo ser do putrefado ser que voa.

Gesticulando e movimentando o máximo que posso, porque só assim vou renascendo e me desprendendo da incerteza, da timidez, do desamparo, da inconstância...
À voar, voar, revoar, renovar, mergulhar, rodopiar, no ar. À subir ao alto, mais alto, sem fardo, compasso, afago...deixando este Oxigênio faltar, danar este organismo, que implora pra não cair, dalí, de mim, daqui, de dentro.
Mas salivar não adianta, não vale, não compra um só segundo à mais.
A energia potencial do universo não consegue, as mãos pobres não merecem, as grades mentais já não procedem, da mesma forma.
Já não sou quem não voava, podia ser quem não ousava...sou agora coisa rara, coisa cara, pra nenhum cara, profano ou tedioso, malandro ou tenebroso segurar meu simples ser, que percorre, e avança à um futuro jamais visto, comtemplado, esquisito, pra você, comum!
Ao chegar no fim das nunvens sem mais retornar, provar o pouco ar, a garganta se fechar, um dos olhos lacrimejar, sentir as células ressecarem, os "ouvidos se calarem"...eu EXPLODO!
Não sou mais necessária pra viver pra mim. Não sou mais necessária pra viver pra ti, Maldito! Não sou mais pra gritar, ranger, chorar, sumir, esconder, temer, querer, só mais um pouco de você, comum...

Tenho um viver com novo olhar, tenho outro ouvir a tilintar, sumindo na mente liberta, que não serve ao corpo vil, que corrompe sua deserceteza pra que eu possa ser não mais eu, que eu possa ser não mais você... que eu possa ser O MEU AR! 

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